É o ramo da engenharia voltado para o estudo e o uso
sustentável de recursos florestais. O engenheiro florestal avalia o potencial
de ecossistemas florestais e planeja seu aproveitamento de modo a preservar a
flora e a fauna.
As Ciências Agrárias e Biológicas estão presentes em todo o
currículo, com destaque para as disciplinas que envolvem botânica, tecnologia
da madeira, fisiologia vegetal, biologia celular e silvicultura. Mas o forte do
curso são as técnicas e os métodos de uso racional das matas que não
comprometam o ecossistema.
Tradicionalmente, o campo de trabalho restringia-se às
grandes indústrias de carvão, celulose e madeira serrada. Hoje, com a certeza de que a humanidade depende do ambiente em que vive, esta profissão ganhou importância em outros
setores. Nas agências governamentais, trabalha para manter as Unidades de Conservação e fiscalizar o uso das áreas utilizadas pela iniciativa
privada. Nas agências de certificação, cria meios para que os
consumidores conheçam o comportamento das empresas florestais em relação ao
ambiente. Como consultor independente,
alavanca a formação de culturas florestais em pequenas, médias e grandes
produtores florestais, gerando benefícios para as pequenas comunidades e para a
sociedade em geral.
De uma forma geral, um engenheiro florestal pesquisa e
seleciona sementes e mudas, identifica e classifica espécies vegetais e procura
melhorar suas características, analisando as condições necessárias a sua
adaptação ao ambiente, elabora e acompanha projetos de preservação de parques e
de reservas naturais e cuida de fazendas de reflorestamento, recupera áreas
degradadas, cuida da arborização urbana e avalia o impacto ambiental de
atividades humanas em uma área. Também efetua vistorias, perícias e avaliações,
emitindo laudos e pareceres. Em sua atuação, visa à segurança estando sempre
evitando possíveis impactos socioambientais.
Por ser um assunto de importância relevante, as áreas de
atuação estão sempre em crescimento!
Segue link sobre o Engenheiro Florestal (vídeo): http://www.painelflorestal.com.br/noticias/carreira-oportunidade/a-importancia-do-engenheiro-florestal
FLORESTAS PLANTADAS
Na grande maioria são florestas equiânias (com árvores da mesma idade), e formadas por uma única espécie (portanto, monocultura), embora haja exceções.
As florestas plantadas são cultivadas atendendo a planos de
manejo sustentável que têm como objetivo reduzir os impactos ambientais e promover
o desenvolvimento econômico e social das comunidades vizinhas. Com base em
tecnologias avançadas de gestão e controle, as empresas de celulose e papel
visam a alcançar práticas de excelência em sustentabilidade na área ambiental.
As
florestas plantadas são resultado de uma história de aprendizado recente.
Florestas comerciais existem no Brasil há aproximadamente um século, mas a
ciência que garante o seu uso sustentável foi introduzida no país há 50 anos,
quando os cursos superiores começaram a formar profissionais especializados.
Hoje,
além do manejo, os investimentos em pesquisa estão direcionados para o
melhoramento genético das espécies, com o objetivo de aumentar a produtividade
das florestas plantadas e, assim, otimizar o uso das áreas de plantio. Os
clones obtidos pelo cruzamento entre diferentes espécies geram árvores mais
resistentes a pragas e a doenças, com maior taxa de crescimento e capacidade de
produzir mais celulose.
O
aumento dos plantios florestais no planeta sinaliza a sua capacidade de
proporcionar benefícios. São serviços ambientais vitais, como a conservação da
biodiversidade, a proteção da água e o equilíbrio do clima, pois elas absorvem
grandes quantidades de CO2da atmosfera e, assim, contribuem para a
mitigação dos efeitos do aquecimento global.
As
florestas plantadas também colaboram para recuperar áreas degradadas e
desertificadas e para manter a fertilidade dos solos. No campo social, geram
empregos, ajudam a reduzir a pobreza e incluem os pequenos produtores na cadeia
da economia.
Atualmente, o Brasil possui cerca de 6,7 milhões de hectares
de florestas plantadas, principalmente com espécies dos gêneros Eucalyptus e
Pinus, que representam cerca de 0,8% do território nacional. As florestas
plantadas são responsáveis por abastecer quase a metade do mercado brasileiro
de madeira. No setor de papel e celulose, a madeira utilizada como
matéria-prima tem origem exclusivamente de florestas plantadas (ABRAF, 2010).
Algumas importantes funções das florestas plantadas são:
•Diminuição da pressão sobre florestas nativas;
•Reaproveitamento de terras degradas pela agricultura;
•Sequestro de carbono;
•Proteção do solo e da água;
•Ciclos de rotação mais curtos em relação aos países com
clima temperado;
•Maior homogeneidade dos produtos, facilitando a adequação de
máquinas na indústria.
A demanda de madeira vem aumentando nos últimos anos e tende
a continuar crescendo. Devido à falta de incentivos financeiras nos últimos
anos, atualmente fala-se do apagão florestal, que seria a falta de madeira em
quantidade suficiente para atender a demanda do mercado em determinado período
de tempo.
Uma alternativa que vem sendo adotada por empresas florestais
é o Fomento Florestal, no qual as florestas são formadas em terras de
terceiros, que são responsáveis por cuidar do povoamento e colher a madeira.
Desta forma, reduz-se a necessidade de aquisição de terras por parte da
empresa. Além do fomento privado, existem também fomento público e os programas
de financiamento como PROPFLORA, PRONAF Florestal e outros.
Etapas do plantio florestal
O
objetivo desta seção é relacionar as etapas encontradas na maioria dos sistemas
de produção de florestas plantadas, para fornecer uma visão geral do assunto.
Mapeamento: Com o
objetivo de criar condições para o planejamento e controle da floresta que será
implantada, faz-se um mapeamento utilizando diversas técnicas como:Topografia (mais
comum para pequenas áreas), Sensoriamento remoto, Geoprocessamento, Aerofotogrametria, entre
outros. Os mapas gerados
serão a base para a divisão da área em áreas de plantio, estradas,
benfeitorias e áreas de preservação.
Planejamento: Vale
fazer distinção de dois momentos de planejamento. O primeiro acontece antes da
implantação da floresta, e é o que vai determinar as áreas de plantio, os métodos e
recursos utilizados e um primeiro Cronograma. Seu
objetivo é fazer com que o novo povoamento florestal atinja os objetivos para
os quais está sendo iniciado. O segundo é o planejamento operacional, que
acontece todos os anos, meses, ou com qualquer periodicidade
que o(s) administrador(es) considere(m) necessário. Este visa a execução e
acompanhamento das atividades necessárias para a sobrevivência da empresa.
Construção de Estradas: Para os produtores florestais, a
estrada tem duas funções: locomoção (tanto de insumos e Máquinas quanto
de madeira) e proteção, servindo de barreira para controlar o fogo em caso de incêndios. Sua
localização é estudada para otimizar o transporte, evitando grandes
declividades e áreas alagadiças, quando possível.
Preparo de solo: o preparo cria as condições
ideais (ou mínimas) para o plantio e desenvolvimento da floresta. Os métodos
dependem de vários fatores e precisam ser analisados em cada caso.
Preparação da Muda (ou semente): pode-se produzir (no caso de
muda) ou comprar de alguma empresa fornecedora.
Plantio: Pode-se
plantar florestas por mudas ou sementes. A escolha depende mais da espécie escolhida
e da tecnologia disponível.
Adubação: As
plantas possuem necessidades nutricionais que nem todos os tipos de solo podem
suprir. Como qualquer cultura agrícola, algumas florestas necessitam de fertilizantes. O
número e época de aplicação varia com a situação.
Tratos culturais: outras
atividades necessárias para o crescimento da floresta, e sua adequação aos
objetivos de produção. Por exemplo: Poda-se os galhos inferiores para diminuir
a formação de nós, visando produção madeira para serraria.
Inventário florestal: É a ação
que busca conhecer a floresta para otimizar a sua utilização. É executado
periódicamente ou meses antes do uso da floresta, e gera conhecimento
qualitativo (quais espécies, condissões de sanidade, etc.) e quantitativo
(quantidade de árvores, de volume de madeira, etc.) sobre o
povoamento florestal.
Proteção florestal: Ações
que visam proteger a floresta de incêndios, pragas, doenças e quaisquer elementos que ameacem a
integridade do patrimônio florestal. Envolve monitoramento e intervenções
quanto necessário.
Extração ou uso (para produtos
não-madeireiros)
Colheita florestal: É a fase
em que se retira da floresta o que foi produzido. Para o produto mais comum
(madeira), os métodos evoluíram do manual (machados e serrotes manuais),
passando pelo semi-mecanizado (motosserras), até chagar a uma intensa
mecanização nos dias de hoje.
Transporte
Condução ou Reforma: Algumas
espécies florestais (como o Eucalipto, por
exemplo) podem brotar e crescer novamente depois de terem sido colhidas a
utilização desses brotos chama-se condução. A reforma é o ato de plantar a
floresta novamente. Para as espécies que permitem os dois tratamentos, a
decisão de usar um ou outro considera vários aspectos e é importante para o
sustento da atividade.
Espécie
|
Principais
usos
|
Principais
Estados
|
Área (Ha)
|
%
|
Eucalipto
(Eucalyptusspp*)
|
Madeira:
Energia, carvão, cavaco p/ celulose, painéis de madeira, dormentes, postes,
construção civil, óleos essenciais
|
MG, SP,
BA, ES, MS, RS, PR, SC, PA e MA
|
5.102.030
|
71,00
|
Pinus spp
|
Madeira:
energia, carvão, cavaco p/ celulose, painéis de madeira, forros, ripas,
móveis. Resina: tintas, vernizes, solventes
|
PR, SC,
RS, SP e MG
|
1.562.782
|
21,75
|
Acácia (Acacia
mearnsiie Acacia mangium)
|
Madeira:
energia, carvão, cavaco p/ celulose, painéis de madeira. Tanino: curtumes,
adesivos, petrolífero, borrachas
|
RS e RR
|
148.311
|
2,12
|
Seringueira
(Hevea brasiliensis)
|
Madeira:
energia, celulose. Seiva: borracha
|
AM
|
168.848
|
2,36
|
Paricá (Schizolobium
amazonicum)
|
Lâmina e
compensado, forros, palitos, papel, móveis, acabamentos e molduras
|
PA e MA
|
87.901
|
1,22
|
Teca (Tectona
grandis)
|
Construção
civil (portas, janelas, lambris, painéis, forros), assoalhos e decks, móveis,
embarcações e lâminas decorativas
|
MT, AM, AC
|
67.329
|
0,97
|
Araucaria
angustifolia
|
Serrados,
lâminas, forros, molduras, ripas, caixotaria, estrutura de móveis, fósforo,
lápis e carretéis
|
PR e SC
|
11.343
|
0,16
|
Populus spp.
|
Fósforos,
partes de móveis, portas, marcenaria interior, brinquedos, utensílios de
cozinha
|
PR e SC
|
4.216
|
0,06
|
Outras
|
33.183
|
0,46
|
||
Total
|
7.185.943
|
100
|
||
Composição das florestas plantadas no Brasil em 2011
|
Segue link sobre Importância de Florestas Plantadas (vídeo): http://www.youtube.com/watch?v=ToXNyYW5iSM
FLORESTAS NATURAIS
De acordo com a Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, no
Brasil define-se como florestas naturais ou nativas as formações vegetais
predominantemente lenhosas, ou seja, arbóreas e arbustiva-arbórea, bem como as
fases sucessoras dessas formações vegetais, desde que constituídas por espécies
de ocorrência natural no Estado. No Brasil, os exemplos são: Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Mata dos Cocais e Mata de Araucárias.
As
florestas naturais são as florestas formadas naturalmente, sem a intervenção
humana. O seu uso indiscriminado representa perigo para os ecossistemas, por
isso a maioria dos países adota controle e fiscalizaçào rígidos. No Brasil,
a legislação exige que um Plano de manejo seja aprovado junto aos órgãos
competentes para que haja utilização.
Tais
florestas são capazes de produzir madeiras nobres, mais valiosas que as
plantadas. Além disso são muito apreciadas para o turismo ecológico.
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